sábado, 14 de novembro de 2009

Intolerância e Covardia

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INFORMAÇÃO

Ao expulsar Geisy Arruda, a Uniban execrou publicamente a aluna e endossou a violência na universidade. Quando revogou a decisão, mostrou que está mais interessada em defender os seus cofres do que em cumprir a missão de educar.

Geisy Arruda vive no alto de uma ladeira repleta de construções modestas e inacabadas. Cresceu ali, na periferia de Diadema, município de 390 mil habitantes fincado entre a capital paulista e São Bernardo do Campo, berço do sindicalismo nacional.

Quando seus pais migraram do agreste pernambucano, no final da década de 70, o Jardim Campanário não havia sido tomado pelo concreto. José Adriano era o único filho do casal. "Eu não tinha nem documento, fui registrado em São Paulo", conta o primogênito. "Moramos numa vielinha próxima, depois numa casa quase em frente à que temos hoje."

Em Diadema, a família aumentou. Nasceram três meninas. Geisy, a do meio, é a única solteira e que ainda mora com os pais. Severino e Maria de Fátima estudaram até a quarta série. Ele trabalha como supervisor de limpeza. Ela é dona de casa. Apesar do orçamento apertado, fazem questão de investir no futuro da filha. Bancaram inglês e informática enquanto puderam.

Desde o início do ano, suados R$ 310 vão para as mensalidades do curso de turismo. "Pesquisei muito antes de prestar vestibular", diz Geisy. "Escolhi a Uniban (Universidade Bandeirante) porque era a única que os meus pais poderiam pagar"...

Fonte: http://www.istoe.com.br



OPINIÃO

O assunto que rendeu durante a semana, antes do apagão, foi o caso Geisy e seu vestido curto. A Istoé aproveita e com propriedade aborda o outro lado da história, a vida da jovem, humilde, como a maior parte dos brasileiros, que se esforçam para mudar de vida pelos estudos.

Geisy foi humilhada, ofendida, e se tornou alvo da mídia como um flash. Agora ela vai colher os frutos da fama instantanea. Quanto a Uniban, foi um desastre, preconceito, discriminação, tudo que uma instituição de ensino não pode ter, lá teve.

Claro que a Geisy poderia ter pensado melhor e não ter ido com uma roupa tão sensual, uma faculdade não é um ambiente para aquele tipo de vestimenta, mas seria o caso da direção da Uniban chegar e conversar com ela a respeito e pedir que ela viesse com roupas menos chamativas e deixasse pra mostrar seus atributos em uma festa.

Agora Geisy pode e deve ser indenizada, precisa voltar a estudar de preferência em outra instituição e ainda deixo uma sugestão, a equipe do Esquadrão da Moda poderia convidá-la para participar do programa, lá ela vai aprender a se vestir adequadamente em cada ocasião.

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