sábado, 15 de agosto de 2009

A candidata Marina Silva

Política

NOTÍCIA

Entrou oxigênio puro na campanha eleitoral de 2010. A novidade se chama Marina Silva. A senadora petista e ex-ministra do Meio Ambiente está de mudança para o pequeno Partido Verde, que pretende lançá-la candidata ao Palácio do Planalto. Marina só vai anunciar sua decisão de entrar no PV em uma semana ou duas, e as convenções partidárias para confirmar candidaturas só acontecerão em junho do ano que vem. Mas a simples hipótese de existir uma candidata chamada Marina já abalou os fundamentos de uma disputa eleitoral que caminhava para ser um modorrento plebiscito entre a candidata do governo, a ministra Dilma Rousseff (PT), e o principal nome da oposição, o governador paulista, José Serra (PSDB).

“A utopia precisa continuar”, disse Marina a ÉPOCA. É um gesto que está, a esta altura, no limite daquilo que ela pode afirmar para dar um sinal de que está disposta a aceitar o convite do PV. O vento novo de Marina fez subir também o balão do ex-ministro Ciro Gomes (PSB), que retomou seu projeto de candidatura presidencial. Tudo somado, as chances de uma disputa embolada até o segundo turno passaram a ser reais.




ENTREVISTA

Época – Já tomou sua decisão ?Marina Silva – Tenho vivido três momentos. O primeiro é sair ou não sair do PT, uma relação de 30 anos. O segundo, decidir sobre o convite à filiação ao PV. E, num terceiro momento, uma candidatura à Presidência. O modelo original do PV foram os partidos verdes europeus. Nesses países, as questões essenciais foram atendidas e fez-se uma luta de defesa do verde nos termos clássicos. Hoje, o principal desafio deles é a sustentabilidade. É preciso buscar uma ressignificação do PV, universal, em função da crise climática, sem deixar de dar respostas em todos os setores: economia, agricultura, energia, infraestrutura, ciência e inovação tecnológica.

Época – A mudança do PV o aproximaria de sua trajetória pessoal? Marina – Exatamente. Em função do que eles estão propondo, me interessou ouvi-los. Quero fazer uma discussão de conteúdo programático. Nenhum partido conseguirá homogeneizar a sociedade, mas acho que eles dão uma contribuição importante. A sociedade é diversa, multicêntrica, e é assim que os partidos têm de aprender a interagir. A falta dessa interação faz com que a gente esteja na crise política de hoje.

Época – Sua carta de demissão elogia a política ambiental do governo Lula. Marina – Na carta, eu agradeço ao presidente Lula e digo que, enquanto encontrava apoio político para as questões estruturantes, eu permaneci. Como não encontrava mais condições políticas para essa agenda, saí. Houve avanços, mas o desafio é gigantesco. Estou sendo coerente com a carta.

Época – Sua relação com o presidente Lula ficou trincada? Marina – A relação não precisa trincar para que seja refeita. O presidente Lula é um realizador de utopias, não mais um mantenedor de utopias. A utopia deve continuar.
Descendente de retirantes que fugiram da seca para trabalhar na extração da borracha, Marina estudou no Mobral e foi empregada doméstica antes de ser senadora e ministra
1958 Marina nasce no seringal de Bagaço, a 70 quilômetros de Rio Branco, Acre. Tem dez irmãos

PAIS
Pedro Augusto da Silva, 82 anos. Um dos milhares de nordestinos que foram produzir borracha nos seringais na Amazônia durante a Segunda Guerra Mundial
Maria Augusta da Silva Morta

AVÓS PATERNOS
Emidio da Silva Descendente de escravos, enfrentou as secas do começo do século XX no Ceará
Julia da Silva Descendente de portugueses

AVÓS MATERNOS
Francisco Rocha de Morais Descendente de portugueses, também enfrentou as secas
Sofia Rocha de Morais Descendente de escravos

1972-1974 Aos 14 anos, aprende a fazer contas para vender borracha. Perde a mãe. Vai para a cidade para tratar de uma hepatite e decide ficar, trabalhando como empregada doméstica. É alfabetizada no Mobral e decide ser freira
1978-1985 Abandona a ideia de ser freira. Casa-se pela primeira vez, forma-se na faculdade de história e começa a militar no movimento sindical
1984 Ao lado de Chico Mendes, ajuda a fundar a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Acre. Filia-se ao PT no ano seguinte e, para ajudar Mendes na candidatura a deputado estadual, disputa a eleição de 1986
1988 É eleita a vereadora mais bem votada de Rio Branco. Devolve verbas de gabinete e exige na Justiça que os colegas façam o mesmo. Dois anos depois, é eleita a deputada estadual mais bem votada do Estado
1992 Descobre que seus problemas de saúde são causados por uma contaminação por metais pesados. Até hoje segue uma dieta bastante restrita por causa disso
1994 Elege-se senadora pelo PT, a mais jovem da história da República, com 35 anos. É reeleita em 2002
2003 Nomeada ministra do Meio Ambiente, fica no cargo até 2008. Após atritos com a ministra Dilma Rousseff a respeito de licenças ambientais para obras, é substituída por Carlos Minc

Fonte: http://www.epoca.com.br/
OPINIÃO
Já dei uma breve opinião sobre esse assunto em uma outra postagem, mas reitero a importância de termos Marina Silva como candidata, mais e melhores opções para o eleitor escolher. Eis que surge uma luz no fim do túnel e não teremos mais que escolher apenas entre tucanos e petistas.

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